segunda-feira, 1 de junho de 2015

Peça Gravada em Poesia ou Peça de Quarto



O som do quarto não era dele está manhã,
mas de conversas afora.
Não ouvi o quarto respirar.
Não ouvi.
Só vozes e barulhos de xícaras,
água escorrendo.
A respiração estava muda
Muda não,
Baixa.
Não muda,
Inaudível
Agora a tarde
um som constante ao fundo
não sei se de mim,
não sei se do quarto,
não sei se da união de nossa respiração.
Um som constante
faz contraste com o ruído da vizinhança.
Respiro.
Aguardo a noite chegar
talvez anoite consiga ouvir o quarto respirando
como Yoko Ono

naquele outono de 63.


Josie Pontes, outono de 2015

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