sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Enraizar-se

Enraízo-me nos desejos sufocados por um passado presente
e finco a vontade latente de um corpo escondido
por trás da fresta dos teus olhos semi abertos.

Cobertos de um desejo mal dito
pelas palavras não ditas da tua boca cerrada.
Deveria eu me perder no silêncio dos nada inocentes?
Ou subverter o desejo latente de vomitar no teu peito  esse maldito silêncio?

Não sei o que quero,
Na verdade nunca sei.
E o que sei, nem sei como dizer
e talvez se for dito tudo mude.
Prefiro ficar muda e escrever
escrever...
...escrever...
...escrever...
...escrever...

Talvez só me reste isso mesmo.
Este maldito teclado de computador para enviar palavras.
A que ponto chegamos?
somos pacientes das máquinas.
Elas são nossas terapeutas.


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